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Resumo:Este artigo analisa as razões por trás da queda, o contexto econômico e as perspectivas para o ouro no cenário atual.
O preço do ouro caiu para uma mínima de duas semanas em 1º de maio de 2025, com o ouro à vista registrando uma queda de 2,2%, cotado a US$ 3.216,41 por onça, e os futuros de ouro nos EUA recuando 2,8%, a US$ 3.226,90. Este movimento, que marcou o terceiro dia consecutivo de perdas, reflete uma combinação de fatores macroeconômicos e geopolíticos, com destaque para o alívio nas tensões comerciais globais, o fortalecimento do dólar americano e a ausência de liquidez devido ao feriado na China, maior consumidor de ouro do mundo. Apesar da correção de curto prazo, analistas mantêm uma visão otimista para o metal, sustentada por incertezas econômicas persistentes e expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. Este artigo analisa as razões por trás da queda, o contexto econômico e as perspectivas para o ouro no cenário atual.
O principal catalisador para a queda do preço do ouro foi o crescente otimismo em relação às negociações comerciais globais, lideradas pelo governo do presidente Donald Trump. Em 1º de maio, Trump anunciou a possibilidade de acordos comerciais com Índia, Coreia do Sul e Japão, além de destacar uma “muito boa probabilidade” de um acordo com a China. Essas declarações, corroboradas pelo Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, sugerem que a primeira rodada de acordos comerciais está próxima, reduzindo as tensões que haviam elevado o ouro a uma máxima histórica de US$ 3.500,05 por onça na semana anterior. Um relato de mídia estatal chinesa também indicou que os EUA iniciaram conversas para discutir as tarifas de 145% impostas por Trump, reforçando a percepção de desescalada.
Essa melhora no sentimento do mercado desencadeou um movimento de “risk-on”, no qual investidores abandonaram ativos de refúgio seguro, como o ouro, em favor de ativos mais arriscados, como ações. Segundo Bob Haberkorn, estrategista sênior da RJO Futures, “há indícios de acordos comerciais iminentes, e a China sinalizou que o governo Trump fez contato. Isso está levando a uma realização de lucros no ouro como ativo de refúgio seguro.” A queda do ouro foi amplificada pela falta de liquidez no mercado asiático, já que os mercados chineses estavam fechados para o feriado do Dia do Trabalho (1 a 5 de maio). A TD Securities observou que “o ouro está sendo sugado para um vácuo de liquidez induzido pelo feriado na China”, destacando o impacto da ausência do maior consumidor global de ouro.
O fortalecimento do dólar americano, com o índice do dólar (DXY) subindo 0,3%, também pressionou os preços do ouro. Como o ouro é cotado em dólares, um dólar mais forte torna o metal mais caro para compradores que utilizam outras moedas, reduzindo a demanda. Esse movimento foi impulsionado pelas declarações otimistas de Trump, que reforçaram a confiança na economia dos EUA, apesar de dados macroeconômicos recentes indicarem fraqueza.
Na quarta-feira, 30 de abril, dados mostraram que a economia dos EUA encolheu 0,3% no primeiro trimestre de 2025, a primeira contração desde 2022, devido a uma onda de importações pré-tarifas. Além disso, o relatório da Automatic Data Processing (ADP) revelou que o setor privado criou apenas 62 mil empregos em abril, bem abaixo das expectativas de 108 mil e da leitura revisada de 147 mil de março. A inflação também mostrou sinais de arrefecimento, com o índice de preços PCE caindo para 2,3% ao ano em março (de 2,5%) e o PCE núcleo recuando para 2,6% (de 3%). Esses números reacenderam apostas de que o Federal Reserve retomará cortes de juros em junho, com projeções de redução de 100 pontos-base até o final de 2025.
Embora um ambiente de juros mais baixos geralmente beneficie o ouro, que não rende juros, o impacto imediato do otimismo comercial e do dólar mais forte prevaleceu. Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, afirmou: “Embora a correção de curto prazo tenha sido impulsionada por um melhor sentimento de mercado, os fatores estruturais que sustentam a força do ouro permanecem firmemente em vigor.”
Do ponto de vista técnico, o ouro quebrou um suporte pivotal entre US$ 3.265 e US$ 3.260, que coincide com o nível de retracement de Fibonacci de 38,2% da recente alta a partir de meados de US$ 2.900. Essa quebra desencadeou vendas técnicas, levando o preço a testar a mínima de duas semanas em US$ 3.216,41. Segundo analistas da FXStreet, a confirmação de um topo de curto prazo depende de uma aceitação abaixo do nível de 50% de Fibonacci, em torno de US$ 3.229–US$ 3.228. Se isso ocorrer, o ouro pode acelerar sua queda em direção à marca de US$ 3.200 e, posteriormente, ao nível de 61,8% de Fibonacci, próximo de US$ 3.160.
Por outro lado, uma recuperação enfrentaria resistência na antiga zona de suporte, agora em US$ 3.260–US$ 3.265, seguida pelo nível de 38,2% de Fibonacci, próximo de US$ 3.300. Um rompimento acima de US$ 3.350 poderia desencadear uma onda de cobertura de posições vendidas, potencialmente levando o ouro a testar novamente US$ 3.400 ou até mesmo a máxima histórica de US$ 3.500. Nossos analistas observaram que o nível de US$ 3.200 está atuando como um piso de curto prazo, com compradores entrando nas quedas, mas alertam que uma quebra abaixo disso poderia levar o preço ao EMA de 50 dias, um indicador amplamente monitorado.
Apesar da correção atual, o ouro permanece como um dos ativos de melhor desempenho em 2025, com ganhos de 23% no ano e múltiplas máximas históricas. Analistas da JPMorgan preveem que o ouro atingirá uma média de US$ 3.675 no quarto trimestre, alcançando US$ 4.000 por onça até meados de 2026, impulsionado por uma maior probabilidade de recessão. Uma pesquisa da Reuters projeta um preço médio anual acima de US$ 3.000 pela primeira vez, apoiado por fricções comerciais globais e uma desvinculação do dólar americano.
Os próximos eventos econômicos serão cruciais para determinar a trajetória do ouro. O relatório ISM Manufacturing PMI, divulgado na quinta-feira, e o Nonfarm Payrolls, esperado para sexta-feira, oferecerão pistas sobre a saúde econômica dos EUA e a possível direção das taxas de juros do Federal Reserve. Dados econômicos mais fracos podem reforçar as apostas em cortes de juros, limitando ganhos adicionais do dólar e apoiando uma recuperação do ouro. Por outro lado, sinais de progresso contínuo nas negociações comerciais ou um dólar persistentemente forte podem manter a pressão sobre o metal.
Embora o otimismo comercial tenha reduzido a demanda por ouro como refúgio seguro, tensões geopolíticas continuam a limitar perdas mais profundas. O conflito Rússia-Ucrânia permanece uma fonte de incerteza, com um ataque de drone russo matando dois civis no sul da Ucrânia e o Kremlin indicando capacidade de mobilização em larga escala, se necessário. Além disso, a confirmação da Coreia do Norte de envio de tropas para apoiar a Rússia intensifica os riscos globais. Esses fatores, combinados com a compra contínua de ouro por bancos centrais, como a Reserva do Banco da Índia (que adicionou 57,5 toneladas às suas reservas no último ano fiscal), sustentam a narrativa de longo prazo de alta para o ouro.
A queda do preço do ouro para uma mínima de duas semanas em maio de 2025 reflete um ambiente de maior apetite por risco, impulsionado por sinais de alívio nas tensões comerciais e um dólar mais forte. A ausência de liquidez devido ao feriado na China amplificou o movimento, enquanto dados econômicos fracos nos EUA, que reforçam expectativas de cortes de juros, não foram suficientes para sustentar o metal no curto prazo. No entanto, os fundamentos de longo prazo permanecem robustos, com analistas destacando a resiliência do ouro em meio a incertezas econômicas e geopolíticas.
Para traders e investidores, os níveis técnicos em US$ 3.200 e US$ 3.260–US$ 3.265 são cruciais para determinar os próximos movimentos. Enquanto os eventos econômicos de maio, como o Nonfarm Payrolls, moldarão as expectativas de política monetária, o ouro continua a ser uma aposta segura em um mundo marcado por volatilidade.
Palavras-chave: Preço do Ouro, Tensão Comercial, Dólar Americano, Federal Reserve, Negociações Comerciais, Refúgio Seguro, Análise Técnica, Nonfarm Payrolls, ISM Manufacturing PMI, Geopolítica, Alavancagem, Gestão de Risco, Mercado de Commodities
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